O Último de Eduardo Coutinho

Esse fim de semana passado, nós da Móbile fomos convidados para assistir o documentário “Últimas Conversas”, dirigido por Eduardo Coutinho. Sua lamentável morte passou o cargo de finalização do documentário para João Moreira Salles. Pediram que escrevêssemos um post sobre o documentário, mas eu gostei tanto que teria escrito independente do pedido.

Olha, não sei muito bem por onde começar, mas acho que uma breve contextualização do que esse filme trata é um bom começo. Eduardo Coutinho procurou adolescentes (do terceiro ano do Ensino Médio) de escolas públicas do Rio de Janeiro. Evidentemente, achei que era fundamental alguém do nosso grupo ir assistir o filme. E que sorte que fui a única que podia ir! De verdade, não saí de lá decepcionada.

Mas vamos lá. Acho que o que mais me atingiu foi a simplicidade do filme. Se me lembro corretamente, não há trilha sonora. O filme inteiro se passa em uma mesma sala, a câmera sempre enquadrando a cadeira na qual o entrevistado está sentado ou a porta no fundo. O diálogo é muito natural, soa realmente como uma conversa (bom, eis o nome, né?) dos entrevistados com Coutinho, que se mostra genuinamente interessado no que os adolescentes tem a falar.

alguns dos entrevistados. fonte: blogdaeliana.com.br

alguns dos entrevistados. fonte: blogdaeliana.com.br

Espero não estar menosprezando o admirável trabalho de Coutinho ao dizer isso, mas, de certa forma, acho que esse documentário tornou a idea do nosso próprio mini-documentário muito mais alcançável; isso é, mostrou que não precisamos de oito mil locações, cinquenta shots de mil cento e vinte ângulos, e um elenco conhecido pra produzir um filme bem legal.

Mas além de tudo isso, Coutinho conseguiu selecionar os adolescentes certíssimos, em minha opinião. Mais de uma vez, me identifiquei com falas pontuais dos entrevistados. Não foram poucas as minhas risadas ao longo do filme (acho que as pessoas que se sentaram perto de mim podem confirmar isso). Os adolescentes trataram de uma enorme variedade de assuntos, como religiosidade, bullying, romance, racismo, sexualidade, e a própria vida. Eu sai de lá me sentindo… triste. Mas aliviada.

Triste que um talento como o de Eduardo Coutinho tenha sido perdido.

Aliviada por ter tido a oportunidade de conhecer seu trabalho.

Eduardo Coutinho. fonte: cadaris.com.br

Eduardo Coutinho. fonte: cadaris.com.br

Não sei o que mais eu posso dizer sobre o documentário para convencê-lo de assistí-lo, porque de verdade, nenhum comentário crítico fará jus ao documentário de Coutinho.

Meu, dá um apertinho no coração de pensar que essas são as últimas conversas com Coutinho.

Deixo abaixo o trailer do filme:

– Manu

Momentos Indescritíveis

Expressar o que mais me marcou após esses três dias inesquecíveis que trouxeram emoções, transformações e experiências, é algo extremamente difícil. Sem dúvida, serão 72 horas eternas em minha memória, de muita alegria e união.  Desde o início, busquei identificar algo que fosse mais marcante para relatar no meu post. Entretanto, os momentos que mais me tocaram, surgiram de situações e lugares que nem eu imaginaria que mexeriam tanto comigo.

Dia 1

Emoção, essa é com certeza a palavra que define o meu primeiro dia de Móbile na Metrópole. Em meio a diversas novas situações, o dia para mim teve um ápice, a Oficina Corporal do Zé Maria. Ela ocorreu em uma sala com uma decoração peculiar e um aroma de incenso que dava um toque especial, construindo um ambiente calmo, relaxante e aconchegante. Neste local, aprendemos a interagir e sentir o nosso equilíbrio interno, a nos expressar e comunicar com o outro. Ao final, realizamos um exercício que consistia em olharmos diretamente no olho de cada um do grupo!

Foi a partir desse momento me senti uma nova pessoa. Um sentimento libertador tomou conta de mim. Foi um simples, rápido e profundo olhar que me fez sentir a energia vinda de cada um, a qual nos conectava. Uma sensação muito especial, diferente e extremamente prazerosa. Esta atividade teve como resultado uma união inexplicável de todos nós. Aquele grupo composto por pessoas que pouco se falavam, estava agora unido. Além disso, havia construído dentro de mim mesma uma nova maneira de enxergar as pessoas.

Infelizmente, devido à correria do nosso dia a dia, não temos o costume de olhar no olho de cada um. Nesse dia, assim que seguimos o nosso trajeto pelas ruas, passei a olhar com mais calma por aqueles que passavam por mim. A fala já não era mais necessária. O que havia nos restado era o olhar, que tinha o poder de conectar cada um de nós, não apenas ao grupo, mas, sim, à nossa metrópole

Dia 2

Casa das Rosas

Casa das Rosas

O segundo dia de “viagem” foi marcado pelo ato da observação. O dia passava, eu aproveitava, mas nada de fato me marcava. Chegou, então, o fim de tarde, quando nos encontrávamos reunidos na varanda da Casa das Rosas e nossa professora de história, Teresa, que nos acompanhou nesses dias, cumpriu a promessa que de cantar para o grupo. Mesmo um pouco encabulada, ela fechou seus os olhos e cantou maravilhosamente a famosa versão em inglês da canção francesa “La vie en rose”. Foi um momento em que a confiança e união mostravam-se muito grandes. Ela, mesmo receosa, cantou para nós, mostrando a confiança que sentia pelos integrantes do grupo. Todos nós paramos para contemplar o momento.

Dia 3

Este terceiro e último dia tinha a proposta de explorarmos a cidade pedalando de bicicleta. Percorremos ao todo 17 km, passando pelo contraste entre vários bairros.  As sensações foram diversas – teve superação, liberdade e generosidade. Mas tiveram duas coisas que me marcaram muito!

A primeira é o fato de como as pessoas recorrem pouco a bicicleta como transporte, é raro ver muitas pessoas a utilizando no dia a dia, de modo que quando passávamos, as pessoas olhavam de forma surpresa, alguns até nos filmando e fotografando.

A segunda coisa foi um simples ato, protagonizado por trabalhador já idoso que estava empurrando um carrinho lotado de materiais para reciclagem. Houve um momento em que seu carrinho virou e tudo o que ele carregava espalhou-se pela rua. Imediatamente, duas alunas e um dos nossos guias largaram suas bicicletas para ajudá-lo a recuperar o material caído no chão. Ele, por sua vez ,ficou muito contente e agradecido. Este ato de generosidade me fez enxergar que devemos ter muita fé, porque existem pessoas boas nesse mundo, capazes de fazer a diferença.

Melhor grupo <3

Melhor grupo ❤

– Carol

Gente nova!

Hoje o post vai ser um pouco diferente… Estamos aqui para dar uma ótima notícia: temos uma nova integrante no grupo, a Manu! Aqui vai uma pequena apresentação:

Oi pessoal, eu sou a Manuela (prefiro Manu), e nesse primeiro post eu vou falar um pouco sobre o que acho do trabalho Móbile na Metrópole. A verdade é o que o Móbile na Metrópole não era uma ideia que me animava muito quando ouvi que íamos viajar para… São Paulo. Meus amigos de outras escolas indo para Brasília, Goiania (fazer sabe-se lá o que) — até mesmo Canadá! — e eu aqui. Eu pensava em museus com guias desinteressantes e desinteressados, um monitor da UGGI animado demais para as sete da manhã e o nosso velho melhor amigo, bloco de anotações (por que não é um estudo do meio se ele está ausente). Porém, depois de ouvir mais sobre o Móbile na Metrópole, fiquei (e estou) mais animada, principalmente em relação ao documentário que teremos que produzir.

Tenho vontade de conhecer a São Paulo que, pelo que ouvi, o Móbile na Metrópole nos apresentará. Quero descobrir a cidade na qual eu moro. Mas quero, acima de tudo, me surpreender. Eu admito que estou com um pouco de medo de ter que escrever em um blog, já que como não deve ter demorado muito pra você perceber, eu não sou nota 10 em escrever, e muito menos me expressar assim, espontaneamente. O documentário vejo menos como um medo e mais como um desafio. Meu sonho é cursar cinema, e eu imagino que produzir um documentário de dez minutos seja uma forma de treinar e praticar. Enfim, acho que por hoje é só (“só” mais ou menos, né?, talvez eu tenha exagerado um pouco no tamanho desse post)! Até a próxima, então (dá pra terminar um post assim?) 🙂

Manu

Descobrindo o documentário.

Afinal, por que as pessoas tem necessidade de documentar?

Talvez para guardar lembranças, registrar momentos, construir argumentos ou até mesmo certificar algo. Nosso grupo trabalhará em cima desse gênero mas, para isso, devemos conhecê-lo, então nos perguntamos: o que é um documentário?

Acredite, a resposta é muito mais complicada do que parece! Depois de muito discutir, concordamos que é um gênero de naturalidade cinematográfica, onde o principal objetivo é retratar, registrar ou criticar variados temas de alto interesse social. Um documentário normalmente não é apenas informativo, já que, na maioria da vezes, é parcial, mostrando um ponto de vista e uma crítica.

Concluímos, acima de tudo, que a melhor maneira de dar uma definição mais concreta é produzindo-o, e com isso descobrindo o que ele representa para nós.

– o grupo.

São Paulo? Então…

Para começo de conversa, devo admitir que fiquei curiosa em relação a “viagem” à cidade de São Paulo. Quando se pensa em Estudo do Meio, a última coisa que vem na sua cabeça é viajar para um lugar onde você já está (sim, um tanto quanto bizarro). Mas, se olharmos o significado da palavra “viagem”, um dos resultados, segundo o dicionário Michaelis, é “navegação que tem por fim achar terras que eram desconhecidas”, e isso é exatamente o que o projeto representa para mim – eu não ando de ônibus, metrô ou bicicleta na cidade. Meu roteiro é, em grande parte do tempo, restrito a lugares que já conheço. Praticamente 70% da metrópole é uma área inexplorada por mim. Acredito que o projeto agregará muito não apenas em relação ao nosso conhecimento de espaço físico da cidade, mas sobretudo ao nosso modo de enxergá-la. Além de toda essa reflexão, acho necessário ressaltar que a ideia de me formar em Cinema tem um espacinho guardado no meu coração, então, a proposta de produzir um documentário é algo que me anima, muito.

-Ma

 

Desde o ano passado, eu sabia que o estudo de meio do segundo ano seria para a cidade de São Paulo, o que achei meio decepcionante. Qual seria o sentido de viajar para a própria cidade? De pagar um hotel, sendo que eu moro a meia hora do lugar? Porém, ao longo ano anterior e do início desse, ouvir os alunos e professores falando sobre o projeto me animou muito. Pensando bem, achei a proposta muito inteligente, tendo em vista que é muito diferente dos outros estudos do meio, nos quais os alunos não tem liberdade e a proposta  normalmente é observar aspectos naturais ou empresas. Conheço somente uma face da cidade, mas sei que ela tem várias e acredito que o Móbile na Metrópole pode nos ajudar a tirar esse estereótipo.

-Bia

 

No ano passado meu irmão foi me buscar no colégio apos o estudo do meio, ele trabalha como monitor na mobile e tinha participado do Mobile na Metrópole 2014. No caminho para a minha casa ele foi me contando como era, e que eu iria adorar. Fiquei muito animada e ao longo do ano ouvi alunos que falavam que era o melhor estudo do meio. Esse ano tivemos a palestra que apresentou o trabalho, não apenas a viajem, mas o processo por completo. Eu percebi que não seria apenas passear por diversos lugares da cidade, mas que eu teria muito trabalho, o que não era inesperado. Ainda assim estou empolgada.

-Manda

 

Quando ouvi falar, pela primeira vez, sobre o trabalho do Móbile na Metrópole fiquei meio desapontada. Afinal, por que uma viagem pela cidade na qual vivemos e circulamos todos os dias? O que nós iriamos ver de novidade? Porém, após assistir a apresentação sobre a viagem de Estudo do Meio, confesso que fiquei surpresa. Eu vi que seria algo totalmente diferente do que eu imaginava. Percebi que, apesar de viver em nesta cidade há 15 anos, não conheço tanto assim a nossa metrópole, a qual parece não ter fim. Desde o uso do transporte público à visitação de pontos turísticos da Grande São Paulo, sei que essa viagem me trará experiências jamais vividas. Estou ansiosa e animada, pois agora será a minha vez de conhecer a nossa São Paulo, aquela que inúmeras vezes foi cantada e enaltecida por poetas e músicos ao longo de muitos anos.

-Carol